As mudanças nas realidades das organizações são em boa parte aceleradas pelas mudanças no perfil de suas pessoas.
Se fizermos uma análise global sobre o comportamento humano e suas principais mudanças ao longo dos anos, conseguimos definir uma nova realidade de pensamentos sobre pessoas, um senso de maior preocupação com seu autoconhecimento, sua saúde e qualidade de vida e que seus trabalhos estejam alinhados a seu propósito e momento de vida, além de um crescente interesse em estar próximo da família, curtindo bons momentos.
Percebe-se que as pessoas não querem mais “trabalhar duro” uma vida inteira, só pensando no dinheiro e em construir patrimônio ou segurança financeira, para quando estiverem mais maduras aproveitarem a vida. A realidade hoje diz que as pessoas querem trabalhar em algo que seja importante para elas e aproveitar a vida ao mesmo tempo, até ficarem maduras e continuarem aproveitando.
Agora o grande choque na cultura das organizações é lidar com isso dentro de uma realidade de gerações que uma empresa possui. O fator tecnologia e as facilidades geradas pela internet, o nível de informação e conteúdo, a facilidade em encontrar conhecimento, mudou o perfil de muitas profissões dentro das organizações e a empresa que simplesmente fingir que essa realidade não existe e não preparar sua Cultura Organizacional para lidar com tudo isso, está condenada a enfrentar altos níveis de rotatividade. Além de ter muita dificuldade maior em reter seus talentos, inflacionando seus níveis salariais ou ainda pior, ficando com pessoas sem perspectiva de inovação e motivação, e nós que atuamos com negócios sabemos quanto custa isso no caixa e na estratégia de uma empresa.
Para sua organização fazer parte dessa realidade, destacamos abaixo uma ideia de estratégia a ser difundida em sua cultura e mercado, com os principais pontos de preparação da sua cultura na conquista dos talentos. E não estou falando dos melhores e sim dos profissionais ideais ao momento e necessidade do seu negócio ou ainda motivar sua equipe a dar o seu melhor.
Como é a sua cultura organizacional?
A cultura organizacional, também conhecida como cultura empresarial é o que define a maneira como a empresa é vista por suas pessoas e também pelo público externo quanto a seus valores, hábitos e especialmente, as atitudes dos integrantes da empresa. Por exemplo, algumas empresas são conhecidas no mercado por serem liberais, flexíveis quanto a horário, permitindo uma maior interação entre liderança e liderados. Atualmente, este é o formato mais desejado pelos profissionais, que buscam mais autonomia para trabalhar. Já outras são mais conservadoras, Com hierarquias e horários fixos, por exemplo.
Logo sua cultura organizacional vai atrair, especialmente, candidatos que preferem o tipo de gestão que você possui. Por isso é essencial que as lideranças tenham bem definidas suas estratégias de marketing, alinhadas aos elementos da sua cultura e explore nos veículos de comunicação os pontos que mais se conectam com o perfil de pessoas que precisam no seu negócio.
Trabalhe seu employer branding na atração desses talentos:
Invista em employer branding como estratégia de marketing para divulgar a cultura da sua empresa para suas pessoas e para os profissionais do mercado. Employer branding é você construir uma séria de ações para aumentar a reputação da sua marca e impactar diretamente aquelas pessoas que você quer que façam parte da sua equipe, pois elas compartilham dessa mesma cultura e do mesmo conjunto de valores. Desta forma sua marca passa a ser percebida no mercado como um bom lugar para se trabalhar.
A reputação do seu negócio é tão importante que observamos no mercado a busca por referências, como sendo um elemento fundamental na escolha de um lugar para se trabalhar. Antes de se candidatarem a vagas de empregos, os profissionais podem acessar o Glassdoor, por exemplo, um site onde profissionais atuais e ex-funcionários podem avaliar anonimamente a cultura da sua empresa. Sendo assim podemos observar que não se trata só de publicidade e sim de investimento em cultura e pessoas de verdade!
Com o investimento certo em cultura e uma estratégia de employer branding bem-feita é possível tornar sua empresa o sonho de consumo dos profissionais de um determinado setor.
Você sabe o que os talentos mais procuram nas empresas?
Saber quais são os atributos mais procurados pelos profissionais é extremamente importante para atração e retenção das pessoas. Seu papel como Líder é refletir sobre quais atributos tem uma relação com algo que você acredita serem essenciais em sua cultura para que você obtenha excelência na implementação dessa política em sua realidade.
Um exemplo muito comum foram as empresas implementando a cultura de trabalho home office antes de educar as pessoas no conceito de trabalho, fazendo com que muitos líderes agissem com desconfiança e punição a baixos resultados. Isso condenou essa pratica em algumas empresas e está claro que essa política não tinha relação com a estratégia e cultura da empresa, dessa forma é importante sair do modismo e implementar algo é que tenha uma proposta de valor para a organização.
Entre os itens mais procurados, podemos destacar os que possuem maior valor aos talentos nesse momento:
– Programas de gamificação, meritocracia e carreira: Trabalhar constantemente a projeção de desafios nas pessoas, além da rotina com um espirito de competitividade sadio que estimule os resultados e o conhecimento e gere crescimento profissional e reconhecimento.
– Horários de trabalho flexíveis e políticas de home office: Trabalhar a gestão com foco em resultado, controlando as entregas dos profissionais e não da sua micro rotina, gerando autonomia de horários e de local de trabalho para realização de suas atividades.
– Fortalecimento do envolvimento e sentimento de dono: Trabalhar o intraempreendedorismo, fortalecendo programas de participação no resultado da empresa e estimular a equipe a implementar projetos relacionados com a estratégia do negócio.
– Pacote de benefícios mais flexíveis a realidade de cada pessoa: Essa política parte do princípio que cada colaborador pode customizar os benefícios oferecidos pela empresa da forma que melhor atenda a sua realidade e até optar por recebe-los em dinheiro. O foco é a personalização.
– Programas de qualidade de vida e balanceamento entre vida profissional e pessoal: Respeitar as pessoas como profissionais e pessoas, trabalhando seu engajamento com seus desafios no trabalho, mas também com sua vida pessoal, sem desalinhar sua saúde física e psicológica. Alinhar mente, corpo e espiritualidade é uma das tendências mais fortes na escolha de um local de trabalho nessa atualidade.
– Preocupação com treinamento e desenvolvimento das pessoas. Quando observamos nas redes sociais, um tipo de postagem que mais são destacados, são aquelas onde as pessoas estavam em eventos e cursos nas organizações. Todas as pessoas sentem orgulho disso, não apenas para aparecer em uma foto, mas para passar a mensagem que essa empresa está preocupada com seu crescimento e desenvolvimento.
– Programas de diversidade humana: É extremamente gratificante para uma pessoa trabalhar em uma empresa com sólidos padrões éticos e morais e que sabe dar importância em sua cultura a diversidade racial, religiosa, sexual, entre outras. Além do fato da pessoa sentir-se livre em ser ela mesma e contribuir com suas ideias, pensamentos e inovações ao negócio.
– Engajamento com seus produtos e serviços: É bastante favorável as empresas estimularem seus colaboradores a consumirem seus produtos e serviços, apresentando-lhes preço de custo, além de uma série de facilidades, afinal de contas sua equipe também são seus clientes e a opinião deles é um ótimo feedback de resultados. Além de estimular o consumo de algo que é construído por eles mesmos e isso acaba gerando ganhos em qualidade e no sentimento de “fazer parte” em suas pessoas.
Reflita se a cultura da sua empresa não deveria abrir mais espaço para ações como essas. Muitas destas praticas estão sendo responsáveis por profissionais aceitarem propostas de trabalho com até 30% de redução em seus salários, mas pelo simples fato de fazer parte de tudo isso.
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