Na semana anterior, falamos sobre os desafios da mulher enquanto figura de liderança dentro do mundo corporativo. Se você não conferiu o artigo, clique aqui e fique por dentro do tema antes de continuar sua leitura.
Enquanto o primeiro texto versa sobre a escalada da mulher até os postos de liderança, este segundo se propõe a falar sobre o papel das empresas em meio à esta mudança no cenário corporativo.
O quanto a sua empresa, de fato, incentiva a liderança feminina? O quanto você, empreendedor, já discutiu sobre a importância da igualdade de gênero no espaço de trabalho?
Esse diálogo é muito importante pois tem atuação direta sobre a cultura da empresa, impacta a forma com a qual os colaboradores enxergam sua empresa, sua gestão e o quanto estão, de fato, satisfeitos em trabalhar ali.
Antes de mais nada: observe
Se você é gestor ou empreendedor e deseja fazer uma avaliação sobre como é o comportamento da empresa com relação ao incentivo à igualdade de gêneros, observe.
Olhe em volta e tente entender a proporção de colaboradores de ambos os sexos, nos cargos de liderança e nos cargos com poder de tomada de decisão. Se você encontrar um espaço desarmônico, é hora de se questionar a respeito do quanto você (ou sua empresa) trabalham para incentivar a igualdade de gênero no espaço profissional.
De acordo com a Valor Investe, a desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil diminuiu nos últimos anos, mas continua sendo uma diferença bastante relevante.
Em 2017, por exemplo, a diferença salarial entre homens e mulheres era de 20,7%. Assustador, não é mesmo? Se você trabalha em uma empresa de médio ou grande porte, talvez não sinta essa diferença na prática.
Entretanto, nas empresas menores, menos organizadas, a diferença na remuneração entre os sexos tende a ser mais escrachada.
Não apenas para “elas”, mas para todos
Por que esse diálogo é relevante? Segundo pesquisa feita em 2018 pela Accenture, se as empresas adotassem estratégias para estimular a igualdade de gênero, todos os funcionários ganhariam mais e teriam mais chance de promoção.
Isso nos quebra um tabu importante: essa movimentação não é só para benefício das mulheres, mas em prol de todos e da própria empresa.
Segundo a pesquisa, empresas que mantém ações concretas de combate à desigualdade de gênero apresentam índice de satisfação profissional de até 95%. Além disso, quase todos os funcionários (98%) querem ser promovidos.
Não investir em diversidade é também um erro estratégico
E não somos apenas nós que pensamos assim: a presidente para América Latina da Schneider Electric, Tania Cosentino, afirmou em entrevista para o blog da ONU que “independente do país e de sua situação econômica, é um erro estratégico não investir em diversidade. A diversidade no geral é um fator competitivo fundamental para as empresas expandiram seu tempo de vida”.
Se essa movimentação, entretanto, não atingir a alta liderança, não há muito o que poderá ser feito – a movimentação pode morrer na praia rapidamente se não for uma vontade da gestão empresarial.
O que fazer para promover a igualdade dentro do espaço profissional?
Afinal, o que pode ser feito para incentivar a igualdade no mundo corporativo? Separamos algumas diretrizes básicas que toda empresa deve seguir se deseja se atualizar:
1. Liderança focada e destemida
A liderança deve estar focada em transformar este ambiente profissional. O líder não deve ter medo de compartilhar suas metas com outros gestores e colaboradores e deve, acima de tudo, ser destemido para enfrentar os julgamentos (que, muito provavelmente, virão).
2. Ações mais amplas
Não é porque o objetivo é um só que as formas de chegar até ele são limitadas a esse universo. Por exemplo, uma empresa que incentive licença paternidade para pais (não só licença maternidade, para mães), tende a tornar-se um espaço mas igualitário.
Quando reconhecemos que o dever de cuidar do filho recém-nascido não é apenas da mãe, mas de ambos os pais, abrindo uma brecha na política interna da empresa para que isso de fato aconteça, estamos agindo de forma igualitária.
Diversas ações como esta podem ser pensadas pela liderança da empresa, para rumar à um ambiente mais acolhedor para ambos os sexos.
3. Liberdade e flexibilidade para os colaboradores
Um ambiente mais livre e flexível, que permita, por exemplo, o trabalho remoto quando for necessário ou a possibilidade de vestir-se de forma mais confortável se possível são pontos positivos para a empresa.
Colaboradores mais livres sentem-se mais empoderados para desafiar-se e propor novas ideias. Esse terreno é um espaço fértil para a implementação de novas visões dentro do ambiente profissional.
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